Após morar por dez anos no Japão, Meire Tabuti retornou ao Brasil em 2006. Ela tentou de todas as formas construir a vida por aqui, mas os negócios não deram certo e as dívidas só se acumularam. Com isso, a solução está sendo voltar ao Japão. Ela e a filha Luana (de três anos) já estão de malas prontas para a viagem. Só estão esperando o visto sair para se juntarem ao marido Luciano, que já está lá desde 2008. A previsão é de que as duas viajem em novembro.
Meire, que está em Presidente Prudente (SP), explica por que decidiu retornar ao Japão: “Primeiro porque meu marido está lá. Segundo porque não tive sorte aqui. Por fim, eu adoro o estilo de vida de lá”. Ela não esconde a ansiedade de retornar ao local onde viveu na adolescência. “Sinto como se fosse minha primeira viagem, quando eu tinha catorze anos. Fico vendo fotos e pesquisando na web dicas para viajar com crianças”, conta a mãe de Luana.
Mesmo dizendo que gosta muito do Japão, a ex-dekassegui chegou a pensar que nunca mais retornaria ao arquipélago. Ela e Luciano voltaram ao Brasil em novembro de 2006, por causa de uma crise de depressão dele. Poucos meses depois, Meire descobriu que estava grávida de Luana. Na época, o casal decidiu que o melhor seria abrir um negócio próprio e tentar construir a vida no Brasil.
O casal investiu todo o dinheiro ganho em uma lanchonete em Marília (SP), cidade da família de Luciano. No início o negócio rendeu algum lucro, mas em pouco tempo a clientela sumiu e as dívidas começaram a se acumular. Eles perderam todo o capital que tinham. A saída encontrada pelo casal foi Luciano trabalhar de novo no outro lado do mundo. Enquanto o marido estava lá, Meire cuidaria da filha e tentaria vender o estabelecimento que havia falido.
Depois de vender o negócio por um preço “baixíssimo”, Meire foi morar em Presidente Prudente com a mãe e começou a trabalhar. “Tive vários empregos: meu salário médio era de R$ 530”, diz a ex-dekassegui. A comparação do Brasil com o Japão era inevitável: “Sempre tive uma vida boa lá. Guardava meu dinheiro, tinha um lazer, apartamento, carro, viajava. Aqui trabalhava muito, ganhava pouco e ainda sentia muito medo em relação a segurança”, explica ela.
Meire diz que agora não tem data para voltar ao Brasil: “Não tive sorte aqui. Vou ficar lá por tempo indeterminado. Nunca imaginei que sentiria tanta falta daquele país. Amo a cultura, comida, educação dos japoneses, segurança e, claro, o salário. Estou muito feliz de ir para lá mais uma vez”.
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Jake Rodrigues